quarta-feira, 29 de abril de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
O Bodum
Um bodum forte de cânfora misturado com mentol, rescendeu por toda Floresta dos Troncos Ocos. A família feliz de esquilos que vivia de frente a casa das Fuinhas resolveu mudar para o outro lado da floresta, mas mesmo assim não adiantou, pois o cheiro era onipresente.
- Que catinga ardida é essa? – perguntou Fuly com óculos de nadadora devido a ardência provocada pelo cheirinho
- Cânfora, com menta e essências de gengibre e hortelã! – respondeu marIN lendo na enciclopédia farmacêutica
marIN espirrava sem parar devido sua rinite aguda. Num certo momento ela conseguiu dar três espirros em um só, não me pergunte como. Sua narinorréia rompeu e uma veia verde e mole saiu de dentro de seu nariz. Parecia que tinha enfiado um canudinho esverdeado e molengo dentro do buraco da narina. Era um espirro para cá e narinorréia para lá. Uma coisa muito esquisita de ser ver.
- Ei projeto de chupa-cabra, onde é pensa que vai com essa geléia melequenta no nariz?
- Como estou com hemorragia na narina, irei ao hospital ajudar os que precisam de sangue. – respondeu marIN colocando uma pelota de algodão e a grudando com fita crepe na veia do nariz
- Nossa meu pai do céu, veja só que alma caridosa, ela vai doar sangue do nariz. Larga de ser estúpida e veja onde está HArley. Essa catinga esotérica só pode ser coisa dela.
Os passarinhos que gostavam de voar nas proximidades da casa das Fuinhas, pareciam ter cheirado LSD devido ao cheiro. Voavam de cabeça para baixo e revirando os olhos. Ao invés de cantarem soltavam um som estranho, como se estivessem com soluço. Os macacos também ficaram com atitudes estranhas. Olhavam entre si e davam gargalhadas. Pulavam de galho em galho e caiam de cabeça no chão.
Do outro lado da casa, HArley encontrava-se deitada na cama, embaixo de 8 cobertores. Sobre sua pele uma generosa e lambrecada camada de uma mistura de Calminex e Gelol. Ela estava tão verde mais tão verde que poderia ser confundida com uma filha anã do HULK.
- HArley o que está acontecendo? – perguntou marIN entrando no quarto
- Não tenho que te dar satisfação, agora saia daqui!
- Precisamos saber que cheiro é esse. A fauna de nossa floresta pirou na retolinha.
- E eu com isso? Estou fazendo um tratamento e ponto final.
- Tratamento de beleza?
- Não! È um tratamento de choque! Vou suar tanto mais tanto que não restará nenhum resíduo impuro neste corpo. Aí poderei meditar e alçar vôos através da mente que estará livre desta realidade. Sou um ser que não preciso mais de comida, vou me alimentar apenas de energia e chás.
marIn viu uma jarra com um líquido verde dentro.
- Credo! O que tem aqui dentro? Chá de hortelã?
- Chá de Novalgina sua fuxiquenta. Aproveita e coloca mais uma dose aqui para mim.
- HArley que tratamento mais esquisito é esse?
- Esquisita aqui é só você com esse talharim verde no nariz.
FUly adentrou ao quarto furiosa como sempre. Meteu o pé na porta fazendo tremer toda mobília.
- Que catingueira é essa aqui!
- FUly a HArley está fazendo um tratamento de suadeira!
- Ela vai ver o que é tratamento!
FUly subiu na cama puxou os cobertores e uma nuvem verde tomou conta do quarto. O cheiro ficou mais concentrado que nunca. marIN espirrava apenas com um buraco do nariz pois o outro estava sem condições. O cheiro ficou tão forte, mais tão forte que FUly desmaiou.
- Essa aí é uma fracote mesmo. Vem mandando e se achando e por causa de um cheirinho, desmaia. – retrucou HARley levantando-se da cama e ligando o DVD no talo
- Ai minha santa espanhola, lá vem o Júlio de novo! – fez o credo marIN
HArley estava tão lambrecada que parecia patinar numa pista de gelo.
Pegou o DVD do cantor da menopausa de 1900 e Adão e colocou o clipe da música, Con La Misma Piedra. Olha que nem eu me lembro dessa música direito.
Colocou-se de frente a tela de plasma cantando em espanhol, imagine a cena, e dançando com aquela melequeira verde no corpo:
-->Tecle o play! Cante e dance com a HArley!<--
Refrão:
Tropecé de nuevo y con la misma piedra
En cuestión de amores nunca he de ganar
Porque es sabido que el que amor entrega
De cualquier manera tiene que llorar.
Tropecé de nuevo y con la misma piedra
En cuestión de amores nunca aprenderé
Yo que había jurado no jugar con ella
Tropecé de nuevo y con el mismo pie.
Os macacos que antes caíam de cabeça no chão, pararam de frente a janela e ficaram imitando HArley. Rebolavam para um lado, davam uma voltinha simulando um tropeço. Pegavam o rabo fazendo dele um microfone e ficavam remedando o cantor da menopausa, que fechava os olhos no refrão.
marIN olhava de esgueio, fazendo o credo. A narinorréia parecia estar na dança também pois entrava e saia do nariz devido aos espirros e as fungadas.
De repente um barulho de algo caindo ganhou atenção de HArley e marIN. As duas correram para janela para ver o que estava acontecendo.
- Cheguei! – gritou Wandinha
Wandinha caiu com um balão em forma de cogumelo em cima da árvore da frente, onde morava a família de esquilos.
- Wandinha você machucou? - Perguntou marIN
- Estou ótema “brô”!
Wandinha tinha adotado um visual arrojado, estava loura com cabelos grandes e uma calça azul anil grudada na perna. Desceu do balão e subiu para casa das Fuinhas repleta de energia, parecia ter comido tigelas e tigelas de açaí.
- E aí “bros” qual o pró?
- Que idioma é esse Wandinha? – retrucou marIN procurando as palavras do Aurelinho
- FUly trouxe os bagulhos!
- Bagulhos? – perguntou HArley
marIN catou de novo o Aurelinho passou as páginas e disse:
Bagulho : Pessoa muito feia, envelhecida, acabada, gasta. Cacareca. E como gíria pode ser maconha.
- Wandinha, a FUly te encomendou maconha? – perguntou Harley tentando não patinar
- Ei “brô” relax, daqui uns dias tu amadurece, porque agora ainda tá verdinha! – respondeu Wandinha caindo na risada
- Anda logo Wanda Márcia, que bagulho é esse ai? – retrucou HArley pegando os sacos da mão de Wandinha
- Colé, take easy brô, são só uns cogus, coisa da boa e dá a maior trip!
- Cogus, não existe no Aurelinho! E trip pode ser abreviatura de tripa. – respondeu marIN enfiando a narinorréia para dentro
- Cala a boca sua hemorróida ambulante. Trip vem do inglês e significa viagem. Se eu ouvir mais uma asneira sua, tripa será apelido com o que farei com você.
HArley abriu o saco e despejou dezenas de cogumelos coloridos sobre a mesa.
Nisso FUly adentrou a sala meio grogue do desmaio, olhou para cada uma e disse:
- Santo cheiro catinguento, o que a Smurfete, HULKA miniatura e Alien o 8ºPassageiro estão fazendo aqui?
- Que catinga ardida é essa? – perguntou Fuly com óculos de nadadora devido a ardência provocada pelo cheirinho
- Cânfora, com menta e essências de gengibre e hortelã! – respondeu marIN lendo na enciclopédia farmacêutica
marIN espirrava sem parar devido sua rinite aguda. Num certo momento ela conseguiu dar três espirros em um só, não me pergunte como. Sua narinorréia rompeu e uma veia verde e mole saiu de dentro de seu nariz. Parecia que tinha enfiado um canudinho esverdeado e molengo dentro do buraco da narina. Era um espirro para cá e narinorréia para lá. Uma coisa muito esquisita de ser ver.
- Ei projeto de chupa-cabra, onde é pensa que vai com essa geléia melequenta no nariz?
- Como estou com hemorragia na narina, irei ao hospital ajudar os que precisam de sangue. – respondeu marIN colocando uma pelota de algodão e a grudando com fita crepe na veia do nariz
- Nossa meu pai do céu, veja só que alma caridosa, ela vai doar sangue do nariz. Larga de ser estúpida e veja onde está HArley. Essa catinga esotérica só pode ser coisa dela.
Os passarinhos que gostavam de voar nas proximidades da casa das Fuinhas, pareciam ter cheirado LSD devido ao cheiro. Voavam de cabeça para baixo e revirando os olhos. Ao invés de cantarem soltavam um som estranho, como se estivessem com soluço. Os macacos também ficaram com atitudes estranhas. Olhavam entre si e davam gargalhadas. Pulavam de galho em galho e caiam de cabeça no chão.
Do outro lado da casa, HArley encontrava-se deitada na cama, embaixo de 8 cobertores. Sobre sua pele uma generosa e lambrecada camada de uma mistura de Calminex e Gelol. Ela estava tão verde mais tão verde que poderia ser confundida com uma filha anã do HULK.
- HArley o que está acontecendo? – perguntou marIN entrando no quarto
- Não tenho que te dar satisfação, agora saia daqui!
- Precisamos saber que cheiro é esse. A fauna de nossa floresta pirou na retolinha.
- E eu com isso? Estou fazendo um tratamento e ponto final.
- Tratamento de beleza?
- Não! È um tratamento de choque! Vou suar tanto mais tanto que não restará nenhum resíduo impuro neste corpo. Aí poderei meditar e alçar vôos através da mente que estará livre desta realidade. Sou um ser que não preciso mais de comida, vou me alimentar apenas de energia e chás.
marIn viu uma jarra com um líquido verde dentro.
- Credo! O que tem aqui dentro? Chá de hortelã?
- Chá de Novalgina sua fuxiquenta. Aproveita e coloca mais uma dose aqui para mim.
- HArley que tratamento mais esquisito é esse?
- Esquisita aqui é só você com esse talharim verde no nariz.
FUly adentrou ao quarto furiosa como sempre. Meteu o pé na porta fazendo tremer toda mobília.
- Que catingueira é essa aqui!
- FUly a HArley está fazendo um tratamento de suadeira!
- Ela vai ver o que é tratamento!
FUly subiu na cama puxou os cobertores e uma nuvem verde tomou conta do quarto. O cheiro ficou mais concentrado que nunca. marIN espirrava apenas com um buraco do nariz pois o outro estava sem condições. O cheiro ficou tão forte, mais tão forte que FUly desmaiou.
- Essa aí é uma fracote mesmo. Vem mandando e se achando e por causa de um cheirinho, desmaia. – retrucou HARley levantando-se da cama e ligando o DVD no talo
- Ai minha santa espanhola, lá vem o Júlio de novo! – fez o credo marIN
HArley estava tão lambrecada que parecia patinar numa pista de gelo.
Pegou o DVD do cantor da menopausa de 1900 e Adão e colocou o clipe da música, Con La Misma Piedra. Olha que nem eu me lembro dessa música direito.
Colocou-se de frente a tela de plasma cantando em espanhol, imagine a cena, e dançando com aquela melequeira verde no corpo:
-->Tecle o play! Cante e dance com a HArley!<--
Refrão:
Tropecé de nuevo y con la misma piedra
En cuestión de amores nunca he de ganar
Porque es sabido que el que amor entrega
De cualquier manera tiene que llorar.
Tropecé de nuevo y con la misma piedra
En cuestión de amores nunca aprenderé
Yo que había jurado no jugar con ella
Tropecé de nuevo y con el mismo pie.
Os macacos que antes caíam de cabeça no chão, pararam de frente a janela e ficaram imitando HArley. Rebolavam para um lado, davam uma voltinha simulando um tropeço. Pegavam o rabo fazendo dele um microfone e ficavam remedando o cantor da menopausa, que fechava os olhos no refrão.
marIN olhava de esgueio, fazendo o credo. A narinorréia parecia estar na dança também pois entrava e saia do nariz devido aos espirros e as fungadas.
De repente um barulho de algo caindo ganhou atenção de HArley e marIN. As duas correram para janela para ver o que estava acontecendo.
- Cheguei! – gritou Wandinha
Wandinha caiu com um balão em forma de cogumelo em cima da árvore da frente, onde morava a família de esquilos.
- Wandinha você machucou? - Perguntou marIN
- Estou ótema “brô”!
Wandinha tinha adotado um visual arrojado, estava loura com cabelos grandes e uma calça azul anil grudada na perna. Desceu do balão e subiu para casa das Fuinhas repleta de energia, parecia ter comido tigelas e tigelas de açaí.
- E aí “bros” qual o pró?
- Que idioma é esse Wandinha? – retrucou marIN procurando as palavras do Aurelinho
- FUly trouxe os bagulhos!
- Bagulhos? – perguntou HArley
marIN catou de novo o Aurelinho passou as páginas e disse:
Bagulho : Pessoa muito feia, envelhecida, acabada, gasta. Cacareca. E como gíria pode ser maconha.
- Wandinha, a FUly te encomendou maconha? – perguntou Harley tentando não patinar
- Ei “brô” relax, daqui uns dias tu amadurece, porque agora ainda tá verdinha! – respondeu Wandinha caindo na risada
- Anda logo Wanda Márcia, que bagulho é esse ai? – retrucou HArley pegando os sacos da mão de Wandinha
- Colé, take easy brô, são só uns cogus, coisa da boa e dá a maior trip!
- Cogus, não existe no Aurelinho! E trip pode ser abreviatura de tripa. – respondeu marIN enfiando a narinorréia para dentro
- Cala a boca sua hemorróida ambulante. Trip vem do inglês e significa viagem. Se eu ouvir mais uma asneira sua, tripa será apelido com o que farei com você.
HArley abriu o saco e despejou dezenas de cogumelos coloridos sobre a mesa.
Nisso FUly adentrou a sala meio grogue do desmaio, olhou para cada uma e disse:
- Santo cheiro catinguento, o que a Smurfete, HULKA miniatura e Alien o 8ºPassageiro estão fazendo aqui?
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