Passavam das 23h00 e as Fuinhas ainda não haviam encontrado a última palavra da senha que mostrava o local onde se encontrava, a dentadura do pai Afonso.
Fuly a mais alta das três fuinhas, sempre preocupada com seu cabelo cor de ferrugem, procurava protegê-lo contra tudo e todos, pois sua força era oriunda deles. Seu falecido pai Sansão sempre lhe ensinou:
- Minha filha primeiro o cabelo e depois os outros!
Não sei se relato para vocês, mas o fato é que quando Fuly pegou piolho na escola, fez com que seu pai entrasse num desepero tão profundo que acabou fundando UIC, União de Interlace Capilar, foi quando ele manufaturou um interlace para Fuly, e não se sabe bem o que aconteceu, os cabelos passaram a ter grandes poderes para sua filha. Fuly a cabeludona do pedaço, foi processada por quebrar o braço de seu coleguinha ao cumprimentá-lo. Até hoje Xandinho cai no choro ao ver Fuly na tv.
Já a intelectual Marin, se preocupava mais com a educação dos fracos e oprimidos. Não era tão alta como Fuly, mas também não era baixa como Harley, se achava Platão em sua forma feminina. Seu poder provinha dos óculos, quando os tirava se sentia completamente indefesa e o principal, cega de tudo. Adamastor seu padrasto era oculista e foi através de uma fabricação mal calculada de uma lente, que ele conseguiu transformar sua enteada numa menina prodígio.
Harley era a mais baixa, mas também nem ligava para tamanho, por ter sofrido um acidente de percusso entre o ventre de sua progenitora e a mesa de parto, ela sabia que a vida tinha feito isso para que ela soubesse enfrentar seus sofrimentos usando a força de sua bengala. Quando tinha 4 aninhos a menina manca, estava atrás de sua cachorrinha, saiu pela floresta a sua procura, quando encontrou com João e Maria, eles haviam visto a cahorrinha e indicaram a direção para ela, que quando ia passando pelo córrego, viu a cachorrinha sendo atacada por uma cobra, sem pensar, pegou um pedaço de pau e ao matar a cobra, um raio caiu no pedaço de pau transformando-o em uma super bengala. A partir desse momento Harley passou a usar a bengala e nunca mais mancou, a não ser quando a tirava dela. Seu pai Thor, soube exatamente a hora certa de mandar seus trovões e raios a fim de ajudar sua filha.
Ambas formavam as Fuinhas, Fu de Fuly, o In de Marin e o Ha de Harley. E o mais interessante é que quando se referiam as Fuinhas todos riam, pois o bichinho é um trocinho, uma marmota de feio e desajeitado. Foi de grande sapiência escolher um nome que causasse risos quando na realidade elas derramavam sangue, sem dó.
Durante esses anos todos, mais ou menos o que, humm.....uns 15 anos, elas nunca erraram um alvo. Eram precisas e muito frias.
O que mais causava sarcasmo na imprensa era que o trio, só se locomovia em uma Kombi rosa, mais conhecido como FuinhaMóvel. Mas mesmo assim as três possuíam uma legião de fãs pelo mundo, nesta última missão que elas precisavam encontrar a dentadura do pai Afonso, foram os fãs que conseguiram identificar a última pista... Vai Rasganú Chupisco, pois elas só sabiam que o nome se parecia com Chuvisco ...
Na noite anterior ao descobrimento da pista, FUly, MarIN e HArley, tomaram todas e mais algumas, pois bebida para elas, servia de ópio para seus devaneios. Devaneios que se tornaram realidade, isso mesmo, elas conseguiram vislumbrar a pista depois que Marin resolveu a contar como tinha sido a sua primeira vez em cima de um cavalo, ela disse:
- O cavalão andava de banda....
E Harley com sua ironia retrucava:
- de Banda larga?!
Para completar Fuly replicou:
- então é Terra...
E todas caíram no riso, só que Marin segurou o riso e disse:
- Esperem...Terra precisa de água...
Harley continuou:
- Água vem da chuva
Fuly num grito disse:
- Chuvisco!
Uma conversa de bêbadas, quem estivesse de fora não entenderia nada, mas que pela sabedoria do trio conseguiram chegar bem perto a última palavra da pista. E assim as Fuinhas continuam na ativa, e a cada missão que ultrapassam mostram que a união além de fazer açúcar faz também a sapiência...pois a força não é nada para quem não possui sabedoria.
Visite www.andreaandrade.com.br
