A Floresta dos Troncos Ocos se tornou a Floresta da Catinga sem Fim. A família de esquilos que comemorava o alvorecer do dia comendo avelãs frescas nos troncos das imensas e seculares sequóias, passaram a fazer a refeição matinal em suas tocas.
Os passarinhos ficaram tão birutas devido ao cheiro horroroso no ar, que passaram a voar de ré. Os tamanduás coitados, devido ao tamanho do focinho, foram obrigados a fazer uma cirurgia plástica de emergência. Cortaram mais da metade do focinho.
O prefeito da Floresta Sr.Antão da Silva Leão, explicou que a catinga, era devido a borra de cana-de-açúcar. O vento as trazia das terras longínquas. Disse também que a prefeitura já estavam tomando as devidas providências para resolver o esse “fedorzinho”.
- Que fedorzinho, o quê? O negócio tá mais para PCF – Pura Catinga Fedida – retrucou FUly com um periquito de varal no nariz
As Fuinhas resolveram tomar frente para dar um fim na catinga fedorenta, fundaram uma Associação EXTC – Exterminadoras de Catingas.
HArley parecia um projeto piloto de astronauta. A nanica desorientada sugava tudo quanto é sujeira que via pela frente, com um equipamento feito pelo seu amigo íntimo Prof. Pardal, que soltava uma meleca verde em tudo. A gosma penetrava nas sujeiras e depois de cinco minutos, pluft não havia mais sujeira e nem o que estava sujo. O negócio destruía tudo.
FUly, comprou um bimotor de uma asa só. Equipou o aviãozinho, se é que aquilo era avião, com todos os perfumes da Chanel. Karl Largfield passou apuro, pois a mais nova odorizadora do meio-ambiente, comprou todo o estoque de parfums da Maison francesa.
Já a coitada da marIN procurava desesperadamente em seus livros de química e física uma maneira de criar o elixir cheiroso. Passava as noites fazendo conta. Já não existia parede limpa em seu quarto. Estavam todas repletas de fórmulas.
Harley ao ver no que havia se transformado o quarto de marIN, entrou segurando seu equipamento suga tudo. Passou a engenhoca nas paredes que em poucos segundos ruíram.
- HArley o que está fazendo?
- Não respondo pergunta estúpida. – retrucou HArley passando o aparelho na cabeça de marIN
- há há há....Olha a carequinha da Mané, será que ela é, será que ela é...- zuou FUly olhando no espelho seu novo figurino SuperChanel Nº5
O modelito cor de rosa super hiper mega choque ardia de longe os olhos devido a potência da tonalidade. marIN a mais nova careca do pedaço e HARley tiveram que colocar óculos para poder ver o traje de FUly.
- Pronto! Agora sim vou mandar a catinga para a gruta do funil. – disse FUly ligando o bimotor
Girou a chave e a geringonça cambeta, soltou uma fumaceira, deixando a floresta dos troncos ocos debaixo de uma nuvem negra.
Os esquilos não acreditavam no que aquelas birutas estavam fazendo. Resolveram apelar para São Francisco de Assis.
HArley e marIN subiram também no bimotor. Ficando assim, FUly a piloto, HArley a co-piloto que tinha nas mãos o sugador de sujeiras e marIN que estava ali só para ocupar o último assento.
Tudo pronto para a decolagem. FUly meteu o pé no acelerador e lá foi o avião esquisito tomando velocidade. A coitada da marIN ainda sofria de membro fantasma:
- FUly vai mais devagar, está dando nó no meu cabelo.
- Que cabelo, careca irritante!
O aviãozinho parecia mais um ensaio de bateria de escola de samba, de tanto barulho que fazia. FUly teve que assentar em cima do mancho para mantê-lo firme.
- vrum...vrum...plact..toing...
E lá se foram elas pelos céus. Uma revoada de urubus que passeava com a família, tiveram que dar ré e voar em outro lugar.
- Papai será o fim do mundo? – disse um urubuzinho
O bimotor passou rasgando o céu de norte a sul, leste oeste. FUly apertou o botão Odorizador e a comporta foi aberta jogando perfume em tudo e todos. Podia se ouvir a tosse e espirro das pessoas lá embaixo devido ao excesso de fragrância.
- FUly tem como voar mais baixo, porque desta distância só sugarei vento.
FUly abaixou o mancho, e a geringonça barulhenta desceu contudo. Quem a via nos céus tinha certeza de que aquele objeto voador identificado estava caindo. E o pior é que estava mesmo.
- Ai minha Santa Peruca sem cabelo! Estamos caindo. – gritou marIN com as mãos na cabeça
FUly decidiu deixar o avião e pular de pára-quedas, só que havia esquecido que pelo preço que tinha comprado não vinha incluso nenhum pára-quedas.
- Atenção senhoras passageiras, não temos pára-quedas por isso não entrem em pânico. Vamos mentalizar um pouso de sucesso.
- Você não terá tempo de mentalizar nada. – retrucou HArley puxando o cabelo de FUly
O aviãozinho a cada minuto que passava perdia mais a altitude. Foi caindo, caindo até que posou sobre um monte de neve.
HArley olhou em volta e viu que estava no meio de uma cadeia montanhosa repleta de neve.
- Santo Horizonte Perdido, estamos na cordilheira do Himalaia. – disse marIN conferindo a localização em sua bússola
Uma caravana que passava por perto do acidente, viu o trio andando de um lado para outro e correram na direção delas entoando cânticos sagrados.
- O que é que esta acontecendo com esses caras? – disse FUly
As pessoas que vestiam túnicas alaranjadas, foram em direção a marIN e ajoelharam na frente dela, fizeram uma espécie de oração e a colocou sobre uma maca.
- Santos Lamas da Ingenuidade, eles acham que ela é a pequena BUDA.