segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

As Fuinhas em: A pequena BUDA

A Floresta dos Troncos Ocos se tornou a Floresta da Catinga sem Fim. A família de esquilos que comemorava o alvorecer do dia comendo avelãs frescas nos troncos das imensas e seculares sequóias, passaram a fazer a refeição matinal em suas tocas.
Os passarinhos ficaram tão birutas devido ao cheiro horroroso no ar, que passaram a voar de ré. Os tamanduás coitados, devido ao tamanho do focinho, foram obrigados a fazer uma cirurgia plástica de emergência. Cortaram mais da metade do focinho.

O prefeito da Floresta Sr.Antão da Silva Leão, explicou que a catinga, era devido a borra de cana-de-açúcar. O vento as trazia das terras longínquas. Disse também que a prefeitura já estavam tomando as devidas providências para resolver o esse “fedorzinho”.

- Que fedorzinho, o quê? O negócio tá mais para PCF – Pura Catinga Fedida – retrucou FUly com um periquito de varal no nariz

As Fuinhas resolveram tomar frente para dar um fim na catinga fedorenta, fundaram uma Associação EXTC – Exterminadoras de Catingas.

HArley parecia um projeto piloto de astronauta. A nanica desorientada sugava tudo quanto é sujeira que via pela frente, com um equipamento feito pelo seu amigo íntimo Prof. Pardal, que soltava uma meleca verde em tudo. A gosma penetrava nas sujeiras e depois de cinco minutos, pluft não havia mais sujeira e nem o que estava sujo. O negócio destruía tudo.

FUly, comprou um bimotor de uma asa só. Equipou o aviãozinho, se é que aquilo era avião, com todos os perfumes da Chanel. Karl Largfield passou apuro, pois a mais nova odorizadora do meio-ambiente, comprou todo o estoque de parfums da Maison francesa.

Já a coitada da marIN procurava desesperadamente em seus livros de química e física uma maneira de criar o elixir cheiroso. Passava as noites fazendo conta. Já não existia parede limpa em seu quarto. Estavam todas repletas de fórmulas.

Harley ao ver no que havia se transformado o quarto de marIN, entrou segurando seu equipamento suga tudo. Passou a engenhoca nas paredes que em poucos segundos ruíram.

- HArley o que está fazendo?

- Não respondo pergunta estúpida. – retrucou HArley passando o aparelho na cabeça de marIN

- há há há....Olha a carequinha da Mané, será que ela é, será que ela é...- zuou FUly olhando no espelho seu novo figurino SuperChanel Nº5

O modelito cor de rosa super hiper mega choque ardia de longe os olhos devido a potência da tonalidade. marIN a mais nova careca do pedaço e HARley tiveram que colocar óculos para poder ver o traje de FUly.

- Pronto! Agora sim vou mandar a catinga para a gruta do funil. – disse FUly ligando o bimotor

Girou a chave e a geringonça cambeta, soltou uma fumaceira, deixando a floresta dos troncos ocos debaixo de uma nuvem negra.

Os esquilos não acreditavam no que aquelas birutas estavam fazendo. Resolveram apelar para São Francisco de Assis.

HArley e marIN subiram também no bimotor. Ficando assim, FUly a piloto, HArley a co-piloto que tinha nas mãos o sugador de sujeiras e marIN que estava ali só para ocupar o último assento.

Tudo pronto para a decolagem. FUly meteu o pé no acelerador e lá foi o avião esquisito tomando velocidade. A coitada da marIN ainda sofria de membro fantasma:

- FUly vai mais devagar, está dando nó no meu cabelo.

- Que cabelo, careca irritante!

O aviãozinho parecia mais um ensaio de bateria de escola de samba, de tanto barulho que fazia. FUly teve que assentar em cima do mancho para mantê-lo firme.

- vrum...vrum...plact..toing...

E lá se foram elas pelos céus. Uma revoada de urubus que passeava com a família, tiveram que dar ré e voar em outro lugar.

- Papai será o fim do mundo? – disse um urubuzinho

O bimotor passou rasgando o céu de norte a sul, leste oeste. FUly apertou o botão Odorizador e a comporta foi aberta jogando perfume em tudo e todos. Podia se ouvir a tosse e espirro das pessoas lá embaixo devido ao excesso de fragrância.

- FUly tem como voar mais baixo, porque desta distância só sugarei vento.

FUly abaixou o mancho, e a geringonça barulhenta desceu contudo. Quem a via nos céus tinha certeza de que aquele objeto voador identificado estava caindo. E o pior é que estava mesmo.

- Ai minha Santa Peruca sem cabelo! Estamos caindo. – gritou marIN com as mãos na cabeça

FUly decidiu deixar o avião e pular de pára-quedas, só que havia esquecido que pelo preço que tinha comprado não vinha incluso nenhum pára-quedas.

- Atenção senhoras passageiras, não temos pára-quedas por isso não entrem em pânico. Vamos mentalizar um pouso de sucesso.

- Você não terá tempo de mentalizar nada. – retrucou HArley puxando o cabelo de FUly
O aviãozinho a cada minuto que passava perdia mais a altitude. Foi caindo, caindo até que posou sobre um monte de neve.

HArley olhou em volta e viu que estava no meio de uma cadeia montanhosa repleta de neve.

- Santo Horizonte Perdido, estamos na cordilheira do Himalaia. – disse marIN conferindo a localização em sua bússola

Uma caravana que passava por perto do acidente, viu o trio andando de um lado para outro e correram na direção delas entoando cânticos sagrados.

- O que é que esta acontecendo com esses caras? – disse FUly

As pessoas que vestiam túnicas alaranjadas, foram em direção a marIN e ajoelharam na frente dela, fizeram uma espécie de oração e a colocou sobre uma maca.

- Santos Lamas da Ingenuidade, eles acham que ela é a pequena BUDA.