sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

As Fuinhas em nana nenêm


A reforma na casa da árvore deixou as Fuinhas completamente exauridas. Fazer mais um quarto nos mínimos detalhes, mini-banheira, mini-ducha, mini-berço, mini-pinico, mini-porta-chupeta, mini-porta-mamadeira foi uma obra quase que impossível, para isso tiveram que contratar um arquiteto minimalistaticamente mínimo.

Mini Nanico da Silva Anão andava de um lado para outro, coçando sua careca e tropeçando na barra da sua calça que estava um pouco grande. O quarto ainda estava muito grande, ele reduziu as janelas, o pé direito e o esquerdo também, mas as Fuinhas acharam que ainda estava enorme para Aurelinha, e ela poderia se perder nele.

- - Sr. Mini Nanico, quero que as paredes sejam pintadas de modo que Aurelinha consiga se sentir no meio de uma floresta.

- - No meio da floresta vocês já estão Harley!

- - Eu sei seu tampinha atrevido! O que estou dizendo e você vai fazer porque com certeza gosta de viver, é pintar com folhagens, quero muitas folhas, se possível de bananeira, nessas paredes! - retrucou Harley metendo a bengala na cara do arquiteto

- - Temos que deixar Aurelinha em comunhão com a natureza, rodeada de verde, não queremos que ela seja criada nos preceitos desta sociedade modernista. - disse marIn um pouco zarolha devido ao exame de córnea que havia feito

- - Sendo criada em meio ao verde, ela com certeza saberá o que é amadurecer. - retrucou Fuly pendurada num balancinho de ninar que fizeram em cima do berço

- - E tem outra, onde é que está o gato preto que pedimos para colocar bem de frente o berço, no meio daquele alvo na parede, heim?

- - Harley durante os meus 7 anos de profissão nunca vi ninguém colocar um gato preto no quarto de um bebê. – retrucou Mini Nanico caindo no chão ao tropeçar na barra da calça
- Pois sorria! Chegou a hora de ver um gato preto no quarto da Aurelinha! Queremos que o coloque bem aqui! – informou Fuly rebolando em cima da estante
- Porque assim Aurelinha saberá desde criança como afastar maus agouros. – retrucou marIn revirando o olho
Harley ligou o som do quarto e começou a tocar Atirei o pau no gato. O trio um dia quero ser chacrete, começou a dançar de um lado para outro, cantando e atirando tocos de madeira no gato.

Atirei o toco no gato to to

E o gato já morreu reu reu

Aurelinha admirou-se se se

Com a tacada, a tacada que ela deu

- Assim! – exclamou Fuly mandando um toco na cabeça de Mini Nanico


Mini Nanico da Silva Anão já estava a ponto de ebulição. Levantou-se do chão e pregou o gato preto de madeira de frente ao berço. Depois remodelou o quarto inteiro mas mesmo assim ainda não enxergava saida para diminuir um quarto mínimo. Com um lápis na boca e a fita métrica na mão ele media incansavelmente os metros quadrados, redondos, retangulares, polimórficos, quando se lembrou de um amigo, dono da famosa empresa EiPô!

- Hello! Mi querer spekar uif Estevie Bobs.

- One moment please!

- Hello Mini Nanico!

- Mai frend Estevie, relpe mi plis...

- Mini Nanico pode falar português fica mais fácil de te entender....

- Estevie preciso fazer um quarto mínimo, já diminui as paredes, até as Windows, mas não consigo chegar ao tamanho desejado. Me lembrei de seus projetos Nano, será que seria possível me ceder um AiPode?

- Poder até que posso, se você não tivesse mexido nas Windows...

- Mas elas estão mínimas, quase que nem aparecem nem de Vista

- Well, neste caso te mandarei um guia prático para montar Nano Rooms


Enquanto Mini Nanico trabalhava na reestruturação do quarto, o decorador Cisco Kid que já se encontrava na casa, tomava altas doses de maracujina para poder aguentar o tranco. Ele se baseou no projeto da casa de Jane, a ex-mulher do Tarzan. Ex, porque não há quem agüente um homem que vive trepado no cipó e como se não bastasse urrando atrás da Chita.

- Psiu! Posso saber por que cargas d’água você esta tirando a estátua da Medusa? – perguntou Harley irritada

- Porque crianças não gostam de ficar olhando para criaturas monstruosas como esta aqui!. – retrucou Cisco Kid retirando a fonte d´agua da Medusa do banheiro de Aurelinha

- Mas na nossa casa ela vai ficar aí, seu decoradorzinho “insibido”. Pode colocar de volta e agora! – disse Harley

- E tem outra, Aurelinha precisa conhecer desde pequena os personagens da história, assim ela não terá medo de quando se encontrar com você, Cisco Kid de meia tigela. – bufou Fuly

- O quadro da da da vovozinha sendo engolida pelo lo lo lobo tem que fi fi fi fi ficar no no no no nuuuuu closet. – retrucou Harley gaguinha da silva

Desde que assistiu ao filme Deu a Louca na Chapeuzinho, ela passou a gaguejar sempre que alguém comentava no assunto. Começou a ter sessões de análise com Dra. Petúnia Pétala da Rosa Lírio, que tentava através de hipnose a base de fragrâncias florais descobrir o motivo da gagueira. Depois de 33 sessões ela descobriu que na vida passada Harley havia sido o a vovó, e isso ficou em seu inconsciente guardado até o dia em que assistiu ao filme o que abriu a caixa de Pandora.

E falando em caixa de Pandora, Cisco Kid estava horrorizado com a decoração “Bem-vindo ao mini-quartinho dos horrores” de Aurelinha. O closet tinha as paredes pintadas com os 8 Pecados Capitais. Oito porque as Fuinhas incluíram também o seguinte pecado:

aVACAlhação

Quer fazer o neném nanar, dê leitinho
para ele que nunca mais vai acordar.

- Nunca vi um quarto com tamanha esquisitice! – bufou Cisco Kid pasmo com o que ele mesmo havia feito a pedido das Fuinhas, era fazer ou fazer elas não davam outra opção

- Meu caro Cisco Kid, tudo que você nunca viu irá ver aqui e pare de palpitar! – respondeu Fuly puxando o rabo de cavalo do decorador, puxou tanto que deixou Cisco Kid com aparência oriental

Depois de 10 horas exaustivas de labuta a casa e o quartinho Nano de Aurelinha estavam prontos. Cisco Kid e Mini Nanico da Silva Anão tiveram que ser levados pelo resgate, pois estavam em estado de choque.

Um sonzaço fez tremer a casa da árvore. A Fuinha que ainda não sabiam como Aurelinha iria chegar, viram pela câmera interna uma super mini-kombinha, com o escrito "Chegeui Rasganú" se encontrava lá embaixo. O trio me segura que vou matar um, desceu numa só escorregada.

Um palco havia sido montado, com um letreiro piscando em rosa e preto, A Menuda. As Fuinhas subiram no palco para tirar satisfação da barulheira, altas horas da madrugada quando Serginho disse: Falaaaaaaa garota!

Eis que surge atrás do palco Aurelinha que sabendo do humor das Fuinhas veio cantando e dançando, Não se reprima:

Canta, dança, sem parar

Sobe, desce, como quiser

Sonhar, nascer, como eu

Pula, grita, com a Aurelinha

Não segure muito teus instintos

Porque isto não é natural

Mete sua mão e para acordar um grito forte

Quando queira brigar

É saudável, relaxante, recupera

E faz bem a cabeça

Por isso canta, dança, grita

Com a Aurelinha

Não se reprima, não se reprima (3x)

Pode gritar

Não se reprima (3x)

Dança, canta, sobe, desce, vive, corre e pula como eu!